Leitura concluída!
Título: Diário de uma escrava
Autor: Rô Mierling
Editora: DarkSide Books
Páginas: 240
Ano: 2016
Sinopse:
No Brasil, todo ano, 250 mil pessoas desaparecem sem deixar vestígios. Desse total, 40 mil são menores de idade, dos quais um terço são meninas destinadas a fins sexuais. Muitas escapam ou são encontradas, contando histórias terríveis; outras nunca mais são vistas com vida. Laura foi raptada e jogada no fundo de um buraco por um completo desconhecido. Ela vê sua vida mudar, e passa a descrever com detalhes íntimos cada dia, cada ato, cada dor que o sequestro e o aprisionamento lhe fazem passar. Estevão é um homem casado e trabalhador, mas que guarda em seu íntimo uma personalidade psicopata. Ele percorre ruas e cidades se apossando da vida de meninas ainda muito jovens. Mergulhando fundo nessa fantasia, ele destrói vidas, famílias e sonhos, deixando atrás de si um rastro de dor e morte. Narrado em forma de diário, o livro acompanha os momentos mais cruciais da vida de Laura, período em que algo dentro dela também se modifica de uma forma inimaginável em busca da sobrevivência. Publicado originalmente na plataforma digital Wattpad, onde já teve mais de um milhão e meio de leituras, Diário de uma Escrava apresenta um retrato duro, cruel, abominável, mas infelizmente mais comum do que se imagina, no Brasil e em todo o mundo. A obra de Rô Mierling é, acima de tudo, um alerta para todas as mulheres. Através dele, a autora denuncia os diversos tipos de violência que muitas mulheres são obrigadas a suportar em silêncio e nas sombras da sociedade.

Minha opinião:
Muito difícil expressar com palavras tudo o que senti ao ler este livro: tristeza, nojo, revolta, medo. Muito... muito angustiante, é uma história assustadora.
Laura é uma jovem de 15 anos que foi sequestrada por um homem acima de qualquer suspeita, ela fica presa por mais de 4 anos dentro de um buraco, sem ao menos ver a luz do sol. Essa é a história dela, mas poderia ser a história de milhares de meninas e mulheres que são sequestradas e usadas como escravas sexuais. Neste diário, ela conta em detalhes, os horrores pelo qual passa sob o domínio de Estevão, um homem à quem ela apelidou de Ogro. E o que mais me deixou assustada é, que isso pode acontecer à nossa volta e ninguém de nós vê. Quantas vezes nos sentamos em lugares cheio de gente, sem saber o que cada um está passando ou vivendo? E quem sabe, com isso, com essa preocupação, poder ajudar o próximo que pode estar precisando apenas de um olhar? Mas, a quem queremos enganar? Ninguém se preocupa com nada além de si mesmo. Infelizmente a vida é assim. A gente deixa o medo nos cegar.
Quantas meninas por aí estão sendo humilhadas, destroçadas, torturadas? Me sinto muito triste, e meu coração também está destroçado. Quantos ogros estão por aí a abusar não só do corpo, mas também da mente, acabando com o psicológico e com a realidade dessas meninas?
Esta é uma história baseada em fatos, ideias, pensamentos e cenários reais. Que possamos dar a nossas filhas, irmãs, amigas e primas, que quer que seja, indicações do perigo que ronda as ruas, as estradas, espaços fechados, espaços vazios, alertando sempre para que, não aceitem nada de estranhos ou qualquer outro contato mais pessoal, mesmo que estejam demonstrando fragilidade, idade avançada, na companhia de crianças, mulheres, porque a gente nunca pode imaginar o que uma mente doentia é capaz. Este livro também deixa o aviso que o mal pode estar perto de quem jamais imaginamos.
Sobre a edição; ela é perfeita, tudo lindo. O corte das páginas são rosa e azul. Acho que é em homenagem a borboleta colorida citada na primeira página do livro. E como eu amo borboletas, ficou perfeita esta capa.
Indico este livro para quem gosta de histórias dramáticas e tristes, mas que são terrivelmente verdadeiras.